sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Novo estudo afirma que pessoas inteligentes são menos propensas a crer em Deus!


A ideia não é entrar no debate ciência-religião que dura milhares de anos e pelo menos a curto prazo não terá acordos, mas este estudo de psicologia sem dúvidas fará bastante barulho em ambos os lados, já que segundo a análise de Richard Lynn, cientista e professor emérito de psicologia da Universidade de Ulster, as pessoas com um maior quociente intelectual são menos propensas a crer em Deus

O professor Lynn argumentou sua conclusão  com base no decréscimo das crenças religiosas no século XX de forma inversamente proporcional ao aumento da inteligência média, entre outras causas, por uma maior preparação da sociedade em relação à de outras épocas. Também destacou que a diminuição da prática religiosa durante o século passado  em 137 nações desenvolvidas esteve diretamente relacionada com o aumento da inteligência média.

Seu estudo, publicado na revista acadêmica Intelligence, foi chamado de "simplista" pelos críticos religiosos, e que não oferece fundamentos para além de uma estatística básica como a do aumento dos estudantes universitários. 

O professor Gordon Lynch, diretor do Centro para a Religião e a Sociedade Contemporânea no Birkbeck College de Londres, disse que o estudo não leva em conta uma complexa gama de fatores sociais, econômicos e históricos:

- "Vincular as crenças religiosas e a inteligência desta maneira poderia refletir uma tendência perigosa, o desenvolvimento de uma caracterização simplista da religião como algo primitivo, ao mesmo tempo que estamos tratando fazer frente a problemas muito complexos de pluralismo religioso e cultural, talvez não seja a resposta mais útil", esclareceu. 

Também Alistair McFadyen, professor de teologia cristã na Universidade de Leeds, disse que a conclusão de Lynn tem "um leve matiz de imperialismo cultural do Ocidente, bem como um sentimento antirreligioso", ainda que tenha se esquecido de que o maior exemplo de imperialismo do Ocidente é a própria igreja. 

O professor David Hardman, chefe de desenvolvimento de aprendizagem na London Metropolitan University marcou uma posição um pouco mais neutra e esclareceu:

- "É muito difícil realizar verdadeiros experimentos para explicar uma relação causal entre o QI e as crenças religiosas. No entanto, há evidência de que o domínio de maiores níveis de inteligência estariam associados a uma maior capacidade, ou talvez vontade, o que permitiria questionar e derrubar às instituições mais fortes, sobretudo quando têm pouco ou nada a oferecer"

Vale a pena lembrar que o professor Lynn já provocou controvérsia no passado com uma pesquisa que relacionava a inteligência com a raça e o sexo. Mas pese a ira dos seus detratores, existem sim dezenas de estudos que chegaram a mesma conclusão, inclusive um mais completo publicado em setembro pela própria revista Intelligence, que foi realizado por professores da Universidade de Edimburgo.

Neste, analisaram uma grande amostra de adultos estadunidenses abordando vários aspectos que restringiam generalizações de estudos anteriores. Segundo os cientistas, desta vez levaram em conta as seis dimensões da religiosidade, juntamente com um instrumento multi-escalar para avaliar a inteligência geral.

Os resultados não foram muito diferentes dos anteriores e indicaram que uma menor inteligência está fortemente associada com níveis mais elevados de fundamentalismo e fé, mas também prevê componentes centrais da religiosidade como um sentimento de identificação religiosa.

Este mesmo estudo também descobriu que pessoas mais liberais -muitas vezes relacionadas com menor rigor religioso- têm reduzido fundamentalismo, mas em geral tem plena consciência religiosa ou alguma prática particular ligada a espiritualidade.

Estes novos estudos procuram fomentar um melhor quadro para a compreensão das conexões entre o pensamento e a fé.


Leia mais: http://www.ndig.com.br/item/2011/12/novo-estudo-afirma-que-pessoas-inteligentes-so-menos-propensas-a-crer-em-deus#ixzz1giSlVRvH

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